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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Rosa do Ventos capítulo 5

                             Na noite de sexta-feira, ás nove horas, eu já estava na frente do galpão abandonado, sentindo frio, raiva por ter ido, e com medo de ter sido uma pegadinha, e daqui a pouco sair alguém da escola de trás de uma árvore e me perguntar como que eu tinha caído nessa.
                            Eu estava quase indo embora quando vi onze vultos encapuzados vindo em minha direção. Não sabia se corria ou esperava para ouvir o que eles tinham a me falar, mas na dúvida, continuei onde estava, não poderia fugir sem que aquele bando de gente me seguisse de qualquer maneira.
                            Eles andavam lentamente, mas quando chegaram até onde eu estava, formaram um círculo em volta de mim, me cercando. Agora é que eu não poderia sai dali mesmo.
                            - Senhorita Bloom, agradecemos por ter comparecido á sua primeira reunião do Conselho. Pedimos agora que nos ouça. Sabemos como deve estar curiosa, querendo saber o que está acontecendo, mas nós vamos lhe explicar tudo.
                            - Podem começar.
                            - Bem, antes de tudo, vamos deixar bem claro que você não deve tentar fugir, pois irá ouvir o que temos a dizer por bem ou por mal. E preferíamos que fosse por bem.
                            - Tudo bem.
                            - Everest Bloom, você é uma Banshee.

Rosa dos Ventos, Capitulo 4

                            Ficamos abraçados pelo que me pareceu muito tempo, mas quando Roland começou a me afastar, ainda assim hesitei antes de tirar os braços do pescoço dele. Se Stela me visse naquele momento, diria que eu estava dando muita bandeira, mas dane-se. Eu tinha acabado de passar por um trauma. Ninguém pode me julgar por querer ficar abraçada ao cara que me salvou, que além do mais era um               gato.
                            - Quer que eu a acompanhe para casa?- Perguntou Roland.
                            - N-não precisa, acho que estou melhor.- Eu queria muito que parassem de escorrer lágrimas de meus olhos. E que eu parasse de gaguejar.
                            - Você tem certeza? Ele pode voltar.
                            - Tudo bem. Podemos ir no meu carro.
                            Nos levantamos e fomos para o BMW. Como achava que eu não estava em condições de dirigir, Roland sugeriu que ele fosse o motorista daquela vez, e eu não discuti com ele. Realmente não estava em condições de dirigir.
                            O percurso da escola até a nossa casa era longo, mais ou menos 20 minutos. Não falamos nada, até eu dizer:
                             - Obrigada por me salvar daquele pervertido.
                             - Qualquer um teria feito aquilo, Everest.
                             - Não. Qualquer um teria chamado a policia e esperado. Você foi muito corajoso.
                             Roland só grunhiu em resposta. Deve ser o jeito masculino de concordar, ou sei lá. Não falei nada pelo resto da viagem.
                             Quando chegamos, depois do que me pareceu muito tempo, não sabia o que falar. Felizmente, Roland quebrou o silencio que já estava começando a ficar constrangedor.
                             - Everest, gostaria que você não comentasse com ninguém sobre hoje.- Como se ele precisasse pedir isso pra mim. Eu é que não ia contar que quase havia sofrido de abuso sexual na frente da escola, quando eu tinha ralado muito pra criar uma fama de valentona. Não, obrigada.
                            - Tudo bem, não se preocupe. Não sou do tipo que sai falando pra tudo mundo que não fui forte suficiente pra chutar  bunda de um cara que queria abusar de mim.
                            -Então, tchau, boa noite.
                            - Tchau.
                            E ele saiu do carro. Não leve a mal, eu não esperava que ele de repente se declarasse pra mim, dizendo que me amava e me beijasse. Não. Mas eu queria ter uma oportunidade pra conhecê-lo melhor. Naquela noite, eu desenvolvi uma estranha fascinação pelo Menino das Drogas.
                            Sai do carro, entrei em casa e rumei logo para o meu quarto, um cômodo enorme, com todas as paredes brancas, uma cama de dossel com lençol púrpura, um sofá da mesma cor voltado para a parede, onde uma tevê de quarenta polegas estava pendurada, e uma escrivaninha de cerejeira, onde estava repousado um iPad. Além de ter um banheiro com hidromassagem e todas as maquiagens que você possa imaginar. Sim, eu amava o meu quarto. Mas, ao entrar no tão conhecido recinto, reparei em uma coisa que não se encaixava na visão de um quarto comum de uma menina rica. Uma coruja negra como a noite, com uma carta no bico, batia com sua pequena patinha na janela, tentando me chamar a atenção.
                            Abri a janela e soltei delicadamente a carta do bico do animal. O que era isso, afinal, uma carta pra Hogwarts? Quem me dera...
                            Estava escrito, em uma bela letra cursiva assim:
                             Cara Srtª Bloom.
                         Convidamos a senhorita para se apresentar na noite de sexta-feira, ás 21:00, no galpão abandonado Seen Tripet, para uma reunião com os seus semelhantes. Pedimos para não faltar, pois pode ser que muitas coisas que andam acontecendo em sua vida sejam explicadas nesta reunião.
                         Atenciosamente,
                         Conselho Supremo de C.M.
                           O que poderia ser aquilo?

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Rosa dos Ventos capítulo 3

                    Roland já estava com os produtos de limpeza prontos quando eu e a vice-diretora chegamos. Devo dizer que, mesmo ele sendo um traficante de drogas marginal, ele era realmente lindo com a blusa preta, os jeans e as botas de segunda mão. Quem passasse por ali naquele momento iria se surpreender em me ver com o meu vestido Burberry roxo ao lado de um menino que parecia do tipo que me roubaria numa boa.
                     A mulher me empurrou de maneira não muito delicada em direção aos baldes e esponjas que estavam no chão e virou as costas rapidamente, como se soubesse que se não fizesse isso eu iria lhe dar um soco no meio da fuça.
                      Sem dizer nada, Roland pegou uma esponja e começou a esfregar um armário á sua direita. Resolvi fazer o mesmo.
                       Nós ficamos lá por duas horas, eu com medo de perguntar alguma coisa, e ele sem interesse. Estava começando a char que realmente não aguentaria mais aquele tédio e falaria qualquer coisa, quando a vice-diretora voltou.
                        - Você, menina- Depois dessa eu passei a odiar ela com todas as minhas forças-, pode ir embora. Da próxima vez, pense bem antes de agredir uma de suas colegas.- Não posso dizer aqui o que eu pensei em dizer naquela hora, mas digamos, que eu seria expulsa em um segundo se pusesse o meu pensamento em palavras.- E você, senhor Black- Ela falou o sobrenome de Roland de uma forma que dava a entender que já estava acostumada a falar com ele no castigo.-, você vem comigo para a sala do diretor.
                        Com isso, ela pegou Roland pelo braço e levou ele embora, me deixando sozinha lá. Antes que ela voltasse, peguei minha bolsa e corri para o estacionamento.
                        Não havia notado que já estava de noite, mas o céu já estava realmente escuro. E, infelizmente, a escola escolheu justamente aquele dia para não acenderem as luzes externas. Olha, eu não sou medrosa nem nada, mas, a minha escola era muito grande e, tipo, qualquer maníaco poderia escalar os muros e me raptar, que ninguém nunca descobriria. Tudo bem, eu estava exagerando, existiam as câmeras de segurança, mas mesmo assim, não deve ser nada legal ser raptada e eu não queria experimentar aquela experiência.
                         Assim, corri que nem uma maluca até o meu carro, o que não era tarefa fácil com os meus lindos saltos. Quando finalmente cheguei até ele, estava tentando achar a porcaria da chave na minha bolsa, quando ouvi uma voz às minhas costas:
                          - Saindo da escola à noite? Não deveria andar por aí sozinha, querida, existem muitos caras maus por aí.
                          Reprimi um grito. Olhei para trás para dar de cara com um homem que devia ter uns 23 anos. Viu o que eu disse? Ele tinha cabelos pretos oleosos, olhos castanho-escuros, e um nariz de batata. Sério, se era pra eu ser sequestrada, não poderia ser por um cara bonito?
                          - Na verdade, eu estou esperando o meu namorado. Ele ganhou uma medalha em luta livre e nós viemos pegá-la para de pois sair para comemorar.
                          Tá bom que eu ia dizer para aquele pervertido que estava sozinha, e, meter algum medo nele também não seria nada mal.
                           Infelizmente, o cara ou era muito burro, ou estava num porre daqueles, ou tinha gostado muito de mim, por que, além de uma leve centelha de medo que brilhou nos olhos dele durante um segundo, não foi esboçada nenhuma mudança em seu olhar que estava pousado sobre meus seios sem a menor cerimônia.
                           Decidi fazer conversa mole, afinal, alguma hora alguém iria olhar pela janela e nos ver.
                           Não é?
                           Bem, talvez não.
                           Ai.
                           - E você acha que ele vai demorar lá dentro, gatinha? Podíamos nos divertir enquanto isso. O que acha?
                           - Não, obrigada. Ele já deve estar saindo.
                           - Ei, gata, não se assuste. Eu sou um cara legal. A propósito, meu nome é Jonathon, mas pode me chamar de Jon.
                            Ele estendeu a mão, mas, ao ver que eu não iria apertá-la, recolheu-a.
                           - Sabe, tenho que ir, adeus. - Eu disse
                           - Ei, e o seu namorado?
                           - Ele pode me encontrar depois na minha casa. Tchau.
                           Mas Jonathon não ia desistir com tanta facilidade. Quando abri a minha bolsa para pegar a chave, eu me virei de modo que ficasse de costas para o carro. Nisso, ele cruzou o espaço entre nós e chegou perto de mim. Tipo, bem perto mesmo. Nossos corpos estavam comprimidos um contra o outro, e ele estava com a mão na minha coxa, quase entrando por baixo do meu vestido. E eu não gostei daquilo. Quem gostaria? Então, apesar de sempre ter me recusado a pedir socorro, dessa vez dei um grito que devem ter ouvido lá da China.
                             Quando dei o grito, Jonathon comprimiu mais ainda o corpo contra o meu, me prendendo contra o carro de uma forma que eu não conseguia nem respirar direito, quanto mais gritar. Ele meteu a mão boba debaixo do meu vestido e a estava  pondo dentro da minha calcinha quando ouvimos uma voz masculina:
                              - Solte-a agora, seu filho da @#$%!
                               A essa altura, eu já estava chorando desesperada e nem vi direito quem era. Apenas sabia que quem quer que fosse estaria ferrado.
                              - Me obrigue.- Jonathon disse.
                              - Tudo bem, mas você que pediu por isso.- Dessa vez minhas lágrimas deram trégua e eu pude ver que era Roland falando. Sério? Ele iria se meter em uma briga com aquele cara? Jonathon era puro-músculos que não eram de enfeite, pelo que pude perceber por seu aperto. Roland era forte, mas ainda estava no ensino médio e  tinha bem menos músculos.
                              Mal eu tinha concluído esse pensamento, Roland se atirou sobre nós  arrancou Jonathon de mim, o que fez eu cair no chão de quatro no chão, parecendo uma patética. Roland deu um soco e um chute incríveis para alguém da idade dele com aquele físico, e Jonathon caiu no chão, gemendo.  Não aquentei isso. Então,todo o medo se transformou em raiva. Raiva de ter que ser salva pelo garoto das drogas. Raiva por ter sido vista em um momento de fraqueza. Raiva por ter passado por essa experiência vestindo a máscara da vítima.
                               Me levantei, andei em passos firmes até o pervertido, e dei um chute forte mesmo nas "partes intimas" dele. E gritei:
                               - Se você sequer olhar para mim de novo, seu @#$%, eu juro que arranco o seu p@#%&, e o costuro no meio da sua testa, pra apagar logo esse seu fogo no rabo!
                               Jonathon reuniu forças e conseguiu sair correndo antes que eu lhe desse outro chute. Ele nunca mais conseguirá ter filhos.
                               Nesse momento, eu desabei no chão e comecei a chorar desconsolada, de vergonha. Nunca havia passado por uma situação daquelas antes. E nem liguei quando Roland me abraçou. Na verdade, me aconcheguei no peito dele e chorei tudo o que não chorava havia sete anos. Estar nos braços dele era muito bom. Parecia certo. Nada como quando eu beijava os outros caras.
                                  Mas eu só estava confusa.
                                  Né?
                               
 
                         

Oi, Gente!

              Faz tempo eu estava procurando uma foto pra fazer de capa pro Starry Night, e agora eu finalmente achei! A foto eu achei no site: www.weheartit.com, e eu achei que  a capa ficou linda!:
 
                 

                              Eu só não gostei da fonte, eu queria uma mais dramática.
                              P.S: Eu vou procurar uma imagem para fazer a capa de Rosa dos Ventos, também.
                              P.S.S: Gente, se eu não conseguir mais seguidores, vou ter que apagar o blog. Sinto muito, eu gosto muito de escrever aqui, mas eu tenho apenas duas seguidoras! Falem com seus amigos, amigas, vizinhos, professores, primos, namorados, até pras suas inimigas, mas por favor, peçam pra ele me seguirem! Eu realmente espero que eu não tenha q apagar o blog.


                              Bjs
                 
                              Mila

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Rosa dos Ventos capítulo 2

                       Eu irei ter que limpar todos os armários da minha escola. O diretor queria me expulsar, mas meu padrasto consegue ser muito persuasivo. Então eu consegui escapar com uma detenção, uma advertência e irei ter que limpar todos os armários da minha escola por um mês. Demais.
                       Mas não é só isso. Eu vou ter de limpar os armários junto com Roland Black.
                       Roland morava na minha casa. Tá, na verdade ele não mora na minha casa, mas  a casa dele é no meu quintal. O pai dele é o caseiro que trabalha na minha casa. Meus padrastos gostam muito dele, e eu também. Ele é um senhor muito legal e simpático. Mas o filho dele é meio estranho. Ele nunca fala com ninguém, além de ser pobre, um dos maiores crimes aqui na nossa escola. Apesar de ser bonito, com seus cabelos lisos negros como a noite e olhos cinza- claros. Roland é realmente muito bonito, mas eu já ouvi minhas amigas falando que antes de eu chegar aqui ele já tinha sido preso três vezes por tráfico de drogas. Resumindo, eu tento evitar ele o máximo possível, apesar de nós sairmos pra escola quase ao mesmo tempo, eu com meu BMW prata e ele com um Ford simples. É um contraste que chega até a ser engraçado.
                    Eu estava brisando durante a aula de história, quando eu me assustei com a campainha que avisava do fim das aulas do dia. Bem, pelo menos para todas as pessoas que não espancaram meninas na educação física. Pra mim avisava o começo do trabalho manual intenso e inútil. Afinal, nós não pagávamos os funcionários para isso? Eu realmente estava fula da vida.
                    Peguei os meus materiais e enfiei na minha bolsa Marc Jacobs púrpura e fui ao meu armário para guardá-la e esperar pelas ordens da vice-diretora.
                    Caminhei pelos corredores ao ar-livre da minha escola. Quando eu cheguei aqui, no meu primeiro dia de aula, fiquei surpresa com a magnitude dos cinco prédios de calcário branco com roseiras de todas as cores que você imaginar. No Brasil, não existem escolas desse jeito, com tudo quanto é tipo de flores, e grandes campos verdes com fontes de água cristalina espalhadas pelo território. Sem contar os caras. Eu só pensei UAU! Quando entrei pelo portão da frente e todos aqueles gatos olharam para mim. Devo dizer que é meio enjoativo, pois só tem surfistas loiros dos olhos azuis. E também sou obrigada a admitir que fiquei boquiaberta quando vi Roland pela primeira vez. Gosto mais de caras com o contraste cabelo-escuro-e-olhos-claros menos bombados do que os vários surfistas que me deram mole no caminho entre o portão e o meu armário. Mas nem tudo é perfeito não é?
                     Quando cheguei no meu armário, Stela e Marin já estavam á minha espera. Stela é uma loira (quase todo mundo aqui é loiro) e tem olhos azuis. Uma típica americana. Já Marin tem longos cabelos castanho e olhos pretos misteriosos.
                      - E aí, vamos ao shopping hoje á tarde?- Disse Stela.
                      - Não posso, tenho que limpar o eu closet, e vocês sabem que isso não é tarefa fácil. - Sem chance de eu contar á elas sobre a minha tarefa como o menino das drogas, mesmo que seja a escola que esteja me obrigando.
                      - Everest, você está bem? Está faltando a muitas idas ao shopping, e a Stela acha que você pode ter um namorado secreto.- Disse Marin.
                      Stela deu uma cotovelada em Marin murmurando "Psiu". Eu me limitei á rir. Stela era muito paranoica, e Marin fazia um contrapeso com ela. Enquanto Stela era infantil e sensível, Marin tinha um olhar de aço, lutava muitas arts marciais e nunca tinha sido vista chorando.
                      - Marin, eu estou bem. É que a minha madrasta está pegando pesado na limpeza e eu tenho de ajudá-la, porquê ela me acolheu e tal. E Stela, eu não tenho um namorado secreto. Não tenho nem namorado. Desculpem, gente, mas eu realmente preciso ir.
                      Com isso, eu me virei  e dei de cara com a vice-diretora, que me perguntou:
                      - Está pronta para botar a mão na massa?
                      Murmurei um sim e fiz uma carranca.
               
                   

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Rosa dos Ventos capitulo 1

                         Eu sinceramente não sabia o quê estava fazendo. Uma hora eu estava tentando passar a bola para Kile Dylan, que iria marcar um ponto, quando, do nada, Dani Henderson veio pra cima de mim, arrancando a bola das minhas mãos. Eu juro que nunca tinha enfiado o meu dedo no olho de alguém antes, mas ela simplesmente me tirou do sério. Afinal, eu praticamente já tinha marcado o ponto quando vem uma maluca me atacar. Mas, acho que a culpa pode ser da professora também. Ela sabe que eu não posso jogar nada em que alguém possa tocar em mim, se não podem acontecer coisas assim. No mês passado, no dia de esportes, em um jogo de handebol, meu punho foi parar na boca de um menino mais novo que estava entre mim o e gol.
                          Meu nome é Everest Bloom, tenho 16 anos, sou brasileira e faço intercâmbio no Canadá. Estudo no segundo ano do Colégio Trindade, em tradução livre. Meu intercâmbio também é familiar, o que significa que eu troquei de família com uma outra menina da minha idade. O nome dela é Vivian. Ela é bem diferente de mim, com cabelos negros e olhos castanhos doces. Já conversei com ela e, sinceramente, ela é uma fofa, mas é muito ingênua. Já eu, com meus cabelos vermelhos como o fogo, meus olhos verdes feito rubis,  meu corpo cheio de curvas, e minha personalidade forte, sou o contrário dela. Para ganhar a minha confiança, é preciso trabalhar muito. Minha família com certeza amou-a. Ás vezes acho que eles pensam que eu sou muito bocuda, ou sei lá o quê. Mas, minha nova família me aceitou bem. É claro que ele se chocaram com as diferenças no início, e o irmão de 14 anos dela deu em cima de mim assim que me viu (na verdade, ele ainda dá) mas aos poucos, eles tomaram um lugar especial no meu coração. Fico pensando se eles não são melhores para mim do que a minha família de verdade. Se você está se perguntando, sim, eles são ricos. O pai de Vivian é médico, e sua mãe é engenheira civil. Logo que eu cheguei, eles me deram um cartão de crédito para eu gastar com o que eu quisesse. Isso sim é uma família legal.
                           Mas, voltando ao assunto da minha "violência" contra Dani, eu agora estava na sala do diretor Devon, esperando meu padrasto (é assim que eu o chamo. Evito chamá-lo de pai) chegar e resolver a minha pena por ter agredido a cara daquela piranha. Eu sinceramente acho que ela ficou melhor com o olho todo vermelho. Isso vai fazê-la pensar duas vezes se ama aquela cara de pug dela antes de mexer comigo de novo.
                            - Senhorita Bree, pode entrar.
                            Inferno.

Starry Night, capítulo 22

                   Ah, meu Deus, ah meu Deus, ah meu Deus! Melody já estava haviam 5 minutos pensando apenas isso. Ela não conseguia acreditar que havia concordado com aquele plano maluco de fugir para um reino de sereias, atrás de seus pais, que ela acreditou estarem mortos por todo esse tempo.
                   O resto da noite, ela não pensou muito em outras coisas, apenas nisso, agindo automaticamente a tudo e respondendo monossílabos toda vez que alguém lhe perguntava algo.
                   Passaram-se dias, semanas, meses, com Melody se dedicando intensamente a escola, querendo    que seu último ano fosse bem antes de ela surpreender a todos fugindo com seu namorado aos 17 anos, na flor da idade.
                    Quando finalmente o ano escolar terminou,e a formatura se passou, Melody estava quase voltando atrás, mandando Daimen  fazer tudo sozinho.Mas ela  não podia.Não poderia dizer não á essa altura do campeonato. Não, ela iria fazer isso.
                     Finalmente, no dia 24 de dezembro, Daimen bateu á porta de sua suíte:
                     - Está na hora. Pronta?
                     - Vamos.
 
                                                                       FIM

                       

                                                  

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Starry Night Capítulo 21

                     -Oquê!?
                     - Melody, a esta hora Lhilson já se recuperou de ontem á noite e esta vindo atras de nós. Temos de fugir.
                     - Não posso fugir, Daimen. Oque a minha avó pensaria se me visse fugindo com o meu namorado, aos 17 anos? Ela teria um ataque cardíaco, sem contar que eu tenho que completar o ensino médio antes de qualquer coisa. Não posso jogar toda a minha vida no ar justo agora, em um momento tão importante quanto este.
                     - Você não entende como isso é importante? Não é como se nós tivéssemos escolha. Ou nós fugimos ou ele vem atrás de nós, e se ele nos pegar, irá me matar e te transformar em sua esposa.
                     - Ele não pode fazer isso. Seria contra a lei. Podemos telefonar para a polícia e pedir a prisão dele e tudo estaria resolvido.
                     - Melody, você realmente acha que uma coisa tão simplória como a lei irá impedir Lhilson? Você mesma viu como ele pode ser persuasivo.
                     - Daimen, se ele é tão perigoso como você diz, não faz sentido nós fugirmos, já que de qualquer jeito ele iria nos achar. O melhor a fazer é encarar ele de frente, mostrarmos que não temos medo!
                     Daimen jogou as mãos para o alto, em um gesto de frustração. Coisa que não surpreendeu Melody, que já estava acostumada á frustração das pessoas em relação a sua cabeça dura. Era uma coisa que sua avó dizia que ela havia herdado de sua mãe, igualmente teimosa.
                     - Melody, não posso perder você. Além de ser o meu emprego te proteger, eu também morreria se alguma coisa acontecesse com você sob a minha supervisão.
                     - Daimen, eu também te amo, mas você é meu namorado, e não minha babá. Não posso aguentar se você ficar me prendendo. Eu já tenho quase 18 anos, e não deixei de ser presa pela minha avó para arranjar um namorado paranoico. Sinto muito, mas e você será assim, me avise logo, e nosso relacionamento passa a ser apenas profissional a partir daqui!
                     Melody percebeu que falou tudo isso sem parar para respirar, e não se sentia nem um pouco sem folego. Estranho.
                     - Mel, me escute- Implorava Daimen- Não podemos ficar aqui por muito mais tempo. E, mesmo que fôssemos seguir seu plano, como iríamos derrotar Lhilson ? Quase nem conseguimos sair vivos na noite do baile, quanto mais matá-lo? Além disso, suspeito que Lhilson não esteja tramando sozinho.
                     - Como assim, Daimen?
                     - Melody, você não acha estranho que  de repente Lhilson surgiu do nada, quando você está tão perto de completar 18 anos,  justo a idade em que teria que assumir a coroa da Corte Suprema? Acho que ele está unido á alguém, alguém muito cuidadoso. Temos que tomar cuidado, Melody. Precisamos de ajuda.
                     - Daimen, e meus pais? Eles ainda estão vivos?Talvez eles pudessem nos ajudar.
                     - Melody,- Daimen suspirou, aparentando cansaço- Sim, ele estão vivos, mas não creio que possam ajudar. Eles já não são mais jovens omo antes e não podem sair do reino.
                     - Ora, então vamos ao reino! Tem que ter alguém que nos ajude! Não pode ser um reino descente sem nenhum soldado treinado para este tipo de situação!
                     - Melody, eles têm milhões de soldados competentes treinados para este tipo de situação, mas não tem como fazermos contato com eles, sem contar que eles não podem sair da água.
                     - Então, em vez de fugir, vamos esperar as férias e depois eu diga a minha avó que irei viajar sozinha, e vamos até lá, já que eles têm treinamento, podem nos proteger no caso de Lhilson nos seguir, o que sinceramente acho que não vai acontecer. Depois decidimos oque iremos fazer.
                     - Está bem.
                     - Agora, Daimen, será que você pode sair daqui para eu por uma roupa?
                     Daimen corou imediatamente, mas, graças a Deus não olhou para baixo, apenas murmurou um tímido "tá" e seguiu porta afora, deixando Melody sozinha com muita coisa a que pensar.    

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Starry Night Capítulo 20

                      Uma batida na porta de seu quarto. Ah, que ótimo, mais pessoas. Por que não me ignoram de uma vez? pensou Melody. Ela estava trancada em seu quarto desde ontem. Depois que Daimen a deixou sozinha no baile, não querendo ter de dar explicações, ela saiu correndo, mas, como havia vindo com Daimen, seu carro não estava lá, o que significou tomar chuva na cabeça por toda a madrugada enquanto fazia uma longa caminhada de volta para o hotel. Ao chegar no seu quarto, Melody não teve forças para fazer nada a não ser se arrastar para sua cama e esperar o sono a levar.
                       Agora, ela se levantava da cama e se arrastava para o banheiro em vez de para a porta. Talvez, se a pessoa da porta ouvisse o barulho do chuveiro e fosse embora. O processo robótico de tirar a roupa, os grampos, as jóias, e toda a fantasia de baile, ela se deixou levar, não pensando em nada além da tarefa d lavar seu corpo e seu cabelo loiro. Ao sair do box, ela já estava parecendo uma abduzida, se secando, passando os cremes caros que estavam no armário, penteando o cabelo molhado, e tirando o resto de maquiagem que sobreviveu ao banho. Melody saiu do banheiro seguida por uma nuvem de vapor, mais serena consigo mesma.
Tão serena que havia esquecido da porta. Foi ver se ainda havia alguém batendo. Havia. Merda, vamos acabar logo com isso. Melody abriu a porta toda de uma vez, esquecendo-se que estava apenas de toalha.
                      - Olá, eu sei que você quer alguma coisa aqui, mas poderia voltar depois? Agora eu estou realmente ocupada.
                      - Sinto muito, mas eu não posso esperar. Melody, você sabe que nós precisamos conversar sobre ontem á noite.
                      Daimen.
                      - Ah, oi, Daimen. Sim, precisamos conversar, mas, agora eu não posso.
                      - Estou vendo.- Melody olhou pela primeira vez diretamente para Daimen, e viu que ele olhava para sua toalha, que estava caindo e curta demais para poder ser vista por um menino, mesmo ele sendo seu suposto guardião.
                      Ela tratou de prender a toalha novamente, mas ela continuava muito curta.
                      - Então, você poderia ir embora para eu me vestir, por favor?
                      - Melody, você precisa me ouvir, você não está segura, precisamos resolver logo isso.
                      - Daimen, agora eu realmente não posso...
                      Daimen a pegou pela cintura, puxando-a para si, e encostando seus lábios nos dela. Melody ficou tão confusa no início que nem notou que a toalha havia caído, e ela estava nua beijando um menino no meio de um corredor de hotel, o que não deixaria uma boa impressão para alguém que passasse por ali, mas, felizmente o corredor não abrigava ninguém além deles dois.
                      Melody puxou Daimen para dentro de seu quarto e fechou a porta atrás dos dois rapidamente. Daimen não pareceu notar, ainda a estava abraçando pela cintura, o beijo rapidamente interrompido pela ação de fechar a a porta.
                      Ela se afastou, para tomar ar e para falar:
                      - E então, o que você queria falar comigo?
                      Daimen se afastou também, mas continuava abraçando-a. Só agora ela notava que estava nua. Mas ele não parecia se incomodar, e nunca desviava o olhar de seu rosto.
                      -Melody, nós temos que fugir daqui.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Starry Night Capítulo 19

                   Melody já havia ouvido falar sobre como quando você está em risco de morte, sua vida inteira passa diante de seus olhos, mas nunca sentiu isso de verdade. E não era como ela pensava que seria. Ela ficou congelada, sem poder se mexer, enquanto tudo escurecia e apenas as imagens de si mesma pequenina permaneciam. Sua infância, pré-adolescência, até no ano passado, m seu aniversário de 16 anos, na festa enorme que sua avó havia feito, tudo, desde momentos maravilhosos, como viagens com Erik, seus momentos românticos com Daimen, até o pior ano de sua vida, em que seus pais morriam e ela era mandada para a casa de sua avó. Lágrimas encheram seus olhos. Não era para ela viver esse momento de sua vida de novo.
                   De repente, tudo clareou e novamente Melody via um Lhilson totalmente descontrolado pulando sobre ela, com os olhos vermelhos faiscando. Ela ouviu um grito estridente, e só mais tarde percebeu que era seu. No momento, ela entrou em pânico e deu um passo para trás, fazendo Lhilson cair no chão, mas não por muito tempo, ele se levantou antes mesmo de tocar o chão, com a graça de um gato e começou a vir em sua direção. Apavorada, Melody correu em direção á porta, apenas para comprovar que ela estava trancada. Ela só sabia de uma coisa: Não iria morrer ali, nas mãos de Lhilson. Melody iria lutar.
                   Virando-se para seu suposto professor, Melody viu que ele havia se aproximado no meio-tempo em que ela havia tentado abrir a porta. Quer dizer, se aproximado mesmo. Seus corpos estavam á menos de 5     centímetros. E ele continuava á se aproximar, até Melody ficar prensada entre a parede e Lhilson, que a estava encarando, prendendo-a com seus olhos que agora Melody percebia, eram âmbar. Pareceu se passarem anos antes que Melody sequer conseguisse respirar. E, mesmo ao fazer isso, seu peito pressionou o de Lhilson, o que a fez ficar vermelha, e o fez se aproximar ainda mais, ao ponto de seus seios doerem.
                   Melody subiu o olhar para seu rosto, olhando naqueles olhos que á um segundo eram vermelhos, e agora estavam novamente á um lindo tom de âmbar, sem um vestígio de maldade. Qualquer um, ao olhar para aquele lindo homem, não poderia dizer que ele era horrível por dentro. Melody começou á entrar em pânico. Lhilson estava trazendo sua cabeça de encontro á dela, puxando Melody para seu corpo segurando-a pela nuca e pela cintura. Melody queria impedi-lo de fazer o desastre que estava prestes á vir, mas pareca que suas cordas vocais estavam derretidas. Ela não conseguia falar para ele parar nem que quisesse. E, sinceramente, ela não queria. Era apenas um beijo, o que poderia dar errado? Aliás, aquela criatura que a estava cobrindo com seu corpo jamais poderia lhe fazer algum mal. Mas ela sentia estar esquecendo  de alguma coisa importante. Algo realmente grande...
                 Foi nesse momento que Melody ouviu uma explosão do outro lado da sala.
                 Ao acordar do estranho encantamento que Lhilson estava lançando sobre ela, Melody o empurrou com a maior força que pôde, o que, ao que pareceu, era muita. Ele foi parar em cima da mesa de centro , o que a quebrou com o impacto, deixando apenas um monte de madeira amassada e um Lhilson muito desnorteado no lugar.
                  Melody não gastou muito tempo para conferir se ele estava bem, de alguma maneira ela sabia que ele se recuperaria da queda. Ela olhou para onde tinha ocorrido a explosão e viu um monte de entulho no lugar onde antes havia uma porta elegante de carvalho. Também tinha uma figura toda de preto olhando para Melody.
                  Daimen.
                  Ele tinha visto uma cena realmente estranha: Lhilson e Melody em um abraço realmente comprometedor, quase se beijando. Sem contar que a mão de Lhilson que estava em sua cintura havia descido um pouco mais do que devia. Na hora ela nem ligou, mas agora ao lembrar disso ela já sentia um calor subir ao seu rosto.
                  Melody saiu atrás de Daimen, mas ele já tinah saído por aonde costumava ser a porta e agora só havia um buraco.
                  Ele não olhou para trás.