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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Starry Night Capítulo 20

                      Uma batida na porta de seu quarto. Ah, que ótimo, mais pessoas. Por que não me ignoram de uma vez? pensou Melody. Ela estava trancada em seu quarto desde ontem. Depois que Daimen a deixou sozinha no baile, não querendo ter de dar explicações, ela saiu correndo, mas, como havia vindo com Daimen, seu carro não estava lá, o que significou tomar chuva na cabeça por toda a madrugada enquanto fazia uma longa caminhada de volta para o hotel. Ao chegar no seu quarto, Melody não teve forças para fazer nada a não ser se arrastar para sua cama e esperar o sono a levar.
                       Agora, ela se levantava da cama e se arrastava para o banheiro em vez de para a porta. Talvez, se a pessoa da porta ouvisse o barulho do chuveiro e fosse embora. O processo robótico de tirar a roupa, os grampos, as jóias, e toda a fantasia de baile, ela se deixou levar, não pensando em nada além da tarefa d lavar seu corpo e seu cabelo loiro. Ao sair do box, ela já estava parecendo uma abduzida, se secando, passando os cremes caros que estavam no armário, penteando o cabelo molhado, e tirando o resto de maquiagem que sobreviveu ao banho. Melody saiu do banheiro seguida por uma nuvem de vapor, mais serena consigo mesma.
Tão serena que havia esquecido da porta. Foi ver se ainda havia alguém batendo. Havia. Merda, vamos acabar logo com isso. Melody abriu a porta toda de uma vez, esquecendo-se que estava apenas de toalha.
                      - Olá, eu sei que você quer alguma coisa aqui, mas poderia voltar depois? Agora eu estou realmente ocupada.
                      - Sinto muito, mas eu não posso esperar. Melody, você sabe que nós precisamos conversar sobre ontem á noite.
                      Daimen.
                      - Ah, oi, Daimen. Sim, precisamos conversar, mas, agora eu não posso.
                      - Estou vendo.- Melody olhou pela primeira vez diretamente para Daimen, e viu que ele olhava para sua toalha, que estava caindo e curta demais para poder ser vista por um menino, mesmo ele sendo seu suposto guardião.
                      Ela tratou de prender a toalha novamente, mas ela continuava muito curta.
                      - Então, você poderia ir embora para eu me vestir, por favor?
                      - Melody, você precisa me ouvir, você não está segura, precisamos resolver logo isso.
                      - Daimen, agora eu realmente não posso...
                      Daimen a pegou pela cintura, puxando-a para si, e encostando seus lábios nos dela. Melody ficou tão confusa no início que nem notou que a toalha havia caído, e ela estava nua beijando um menino no meio de um corredor de hotel, o que não deixaria uma boa impressão para alguém que passasse por ali, mas, felizmente o corredor não abrigava ninguém além deles dois.
                      Melody puxou Daimen para dentro de seu quarto e fechou a porta atrás dos dois rapidamente. Daimen não pareceu notar, ainda a estava abraçando pela cintura, o beijo rapidamente interrompido pela ação de fechar a a porta.
                      Ela se afastou, para tomar ar e para falar:
                      - E então, o que você queria falar comigo?
                      Daimen se afastou também, mas continuava abraçando-a. Só agora ela notava que estava nua. Mas ele não parecia se incomodar, e nunca desviava o olhar de seu rosto.
                      -Melody, nós temos que fugir daqui.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Starry Night Capítulo 19

                   Melody já havia ouvido falar sobre como quando você está em risco de morte, sua vida inteira passa diante de seus olhos, mas nunca sentiu isso de verdade. E não era como ela pensava que seria. Ela ficou congelada, sem poder se mexer, enquanto tudo escurecia e apenas as imagens de si mesma pequenina permaneciam. Sua infância, pré-adolescência, até no ano passado, m seu aniversário de 16 anos, na festa enorme que sua avó havia feito, tudo, desde momentos maravilhosos, como viagens com Erik, seus momentos românticos com Daimen, até o pior ano de sua vida, em que seus pais morriam e ela era mandada para a casa de sua avó. Lágrimas encheram seus olhos. Não era para ela viver esse momento de sua vida de novo.
                   De repente, tudo clareou e novamente Melody via um Lhilson totalmente descontrolado pulando sobre ela, com os olhos vermelhos faiscando. Ela ouviu um grito estridente, e só mais tarde percebeu que era seu. No momento, ela entrou em pânico e deu um passo para trás, fazendo Lhilson cair no chão, mas não por muito tempo, ele se levantou antes mesmo de tocar o chão, com a graça de um gato e começou a vir em sua direção. Apavorada, Melody correu em direção á porta, apenas para comprovar que ela estava trancada. Ela só sabia de uma coisa: Não iria morrer ali, nas mãos de Lhilson. Melody iria lutar.
                   Virando-se para seu suposto professor, Melody viu que ele havia se aproximado no meio-tempo em que ela havia tentado abrir a porta. Quer dizer, se aproximado mesmo. Seus corpos estavam á menos de 5     centímetros. E ele continuava á se aproximar, até Melody ficar prensada entre a parede e Lhilson, que a estava encarando, prendendo-a com seus olhos que agora Melody percebia, eram âmbar. Pareceu se passarem anos antes que Melody sequer conseguisse respirar. E, mesmo ao fazer isso, seu peito pressionou o de Lhilson, o que a fez ficar vermelha, e o fez se aproximar ainda mais, ao ponto de seus seios doerem.
                   Melody subiu o olhar para seu rosto, olhando naqueles olhos que á um segundo eram vermelhos, e agora estavam novamente á um lindo tom de âmbar, sem um vestígio de maldade. Qualquer um, ao olhar para aquele lindo homem, não poderia dizer que ele era horrível por dentro. Melody começou á entrar em pânico. Lhilson estava trazendo sua cabeça de encontro á dela, puxando Melody para seu corpo segurando-a pela nuca e pela cintura. Melody queria impedi-lo de fazer o desastre que estava prestes á vir, mas pareca que suas cordas vocais estavam derretidas. Ela não conseguia falar para ele parar nem que quisesse. E, sinceramente, ela não queria. Era apenas um beijo, o que poderia dar errado? Aliás, aquela criatura que a estava cobrindo com seu corpo jamais poderia lhe fazer algum mal. Mas ela sentia estar esquecendo  de alguma coisa importante. Algo realmente grande...
                 Foi nesse momento que Melody ouviu uma explosão do outro lado da sala.
                 Ao acordar do estranho encantamento que Lhilson estava lançando sobre ela, Melody o empurrou com a maior força que pôde, o que, ao que pareceu, era muita. Ele foi parar em cima da mesa de centro , o que a quebrou com o impacto, deixando apenas um monte de madeira amassada e um Lhilson muito desnorteado no lugar.
                  Melody não gastou muito tempo para conferir se ele estava bem, de alguma maneira ela sabia que ele se recuperaria da queda. Ela olhou para onde tinha ocorrido a explosão e viu um monte de entulho no lugar onde antes havia uma porta elegante de carvalho. Também tinha uma figura toda de preto olhando para Melody.
                  Daimen.
                  Ele tinha visto uma cena realmente estranha: Lhilson e Melody em um abraço realmente comprometedor, quase se beijando. Sem contar que a mão de Lhilson que estava em sua cintura havia descido um pouco mais do que devia. Na hora ela nem ligou, mas agora ao lembrar disso ela já sentia um calor subir ao seu rosto.
                  Melody saiu atrás de Daimen, mas ele já tinah saído por aonde costumava ser a porta e agora só havia um buraco.
                  Ele não olhou para trás.
             

domingo, 6 de maio de 2012

Starry Night Capítulo 18

                         Melody ficou tentada á recusar a estranha oferta de Lhilson, mas, pelo que Daimen havia dito, ela tinha poderes que poderiam matar ele em um segundo, então o que ela tinha á perder?
                         - Claro- Ela engoliu em seco.
                         Lhilson pôs a mão em suas costas e a conduziu para uma saleta afastada que Melody nunca teria notado se ele não a tivesse levado para lá. Ele pegou umas chaves do bolso e a girou na fechadura, fazendo a porta se abrir com um estalo, revelando um espaço que seria aconchegante se não fosse pelo perturbador leão empalhado em cima da lareira. Lhilson se sentou em uma poltrona e virou seus lindos olhos castanhos para ela, que continuava parada na porta, desconfiada.
                         - Sente-se, eu não mordo.- E abriu um sorrisinho malicioso.
                         Depois de muito tempo, Melody nunca conseguiu descobrir o porquê de ter levado aquela ordem tão á serio, mas, acho que se você estivesse lá por conta própria, você não teria feito diferente dela. Era como se aqueles olhos de aparência angelical a estivessem hipnotizando, seduzindo-a á obedecer.
                         - O que você quer?- Perguntou Melody.
                         - Calminha aí, não precisa falar assim, não vai demorar nada, apenas queria te avisar que eu sei de tudo o que rola entre você e seu "namorado" Daimen - Lhilson fez aspas com os dedos.
                         - Como assim "namorado"? Nosso namoro é de verdade! Não que isso seja da sua conta.- De repente, Melody sentiu raiva de Lhilson. O que ele tinha com seu relacionamento? O.K, seu relacionamento com Daimen não era lá as mil maravilhas, mas não era motivo para os outros saírem por aí comentando coisas que deveriam ser pessoais.
                         - Melody, você não entende. Agora que você sabe a verdade sobre o nosso mundo, deve saber também que eu faço parte dele. Eu sou o príncipe a quem você pertence. Dez de o começo, era para você ser minha noiva. E agora este hipócrita que se diz ser seu namorado está nos separando depois de tudo o que estava combinado! - Lhilson parecia ter se esquecido da presença de Melody na sala, imerso em pensamentos.
                        - Era para você ser toda minha, para sempre e nos tornaríamos a família real suprema, acima de todos! Mas, Daimen tinha que se meter no meio de tudo, estragando tudo.
                        - Espera aí! Primeiro, o que você quer dizer com "era para você ser minha noiva"? Que eu me lembre, eu não estava prometida de casamento para ninguém. Segundo, eu não sou um objeto para ser dada á alguém em um acordo. E, terceiro, eu não posso me casar com o senhor, você é meu professor! Credo, e é um pouco velho demais para mim, desculpe.
                        - Não, Melody, como você é ingênua, pensa que é tão forte, não é? Pois eu irei lhe mostrar uma coisa.
                        Dizendo isso, seus olhos ficaram vermelhos e pulou em cima de Melody.