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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Rosa do Ventos capítulo 5

                             Na noite de sexta-feira, ás nove horas, eu já estava na frente do galpão abandonado, sentindo frio, raiva por ter ido, e com medo de ter sido uma pegadinha, e daqui a pouco sair alguém da escola de trás de uma árvore e me perguntar como que eu tinha caído nessa.
                            Eu estava quase indo embora quando vi onze vultos encapuzados vindo em minha direção. Não sabia se corria ou esperava para ouvir o que eles tinham a me falar, mas na dúvida, continuei onde estava, não poderia fugir sem que aquele bando de gente me seguisse de qualquer maneira.
                            Eles andavam lentamente, mas quando chegaram até onde eu estava, formaram um círculo em volta de mim, me cercando. Agora é que eu não poderia sai dali mesmo.
                            - Senhorita Bloom, agradecemos por ter comparecido á sua primeira reunião do Conselho. Pedimos agora que nos ouça. Sabemos como deve estar curiosa, querendo saber o que está acontecendo, mas nós vamos lhe explicar tudo.
                            - Podem começar.
                            - Bem, antes de tudo, vamos deixar bem claro que você não deve tentar fugir, pois irá ouvir o que temos a dizer por bem ou por mal. E preferíamos que fosse por bem.
                            - Tudo bem.
                            - Everest Bloom, você é uma Banshee.

Rosa dos Ventos, Capitulo 4

                            Ficamos abraçados pelo que me pareceu muito tempo, mas quando Roland começou a me afastar, ainda assim hesitei antes de tirar os braços do pescoço dele. Se Stela me visse naquele momento, diria que eu estava dando muita bandeira, mas dane-se. Eu tinha acabado de passar por um trauma. Ninguém pode me julgar por querer ficar abraçada ao cara que me salvou, que além do mais era um               gato.
                            - Quer que eu a acompanhe para casa?- Perguntou Roland.
                            - N-não precisa, acho que estou melhor.- Eu queria muito que parassem de escorrer lágrimas de meus olhos. E que eu parasse de gaguejar.
                            - Você tem certeza? Ele pode voltar.
                            - Tudo bem. Podemos ir no meu carro.
                            Nos levantamos e fomos para o BMW. Como achava que eu não estava em condições de dirigir, Roland sugeriu que ele fosse o motorista daquela vez, e eu não discuti com ele. Realmente não estava em condições de dirigir.
                            O percurso da escola até a nossa casa era longo, mais ou menos 20 minutos. Não falamos nada, até eu dizer:
                             - Obrigada por me salvar daquele pervertido.
                             - Qualquer um teria feito aquilo, Everest.
                             - Não. Qualquer um teria chamado a policia e esperado. Você foi muito corajoso.
                             Roland só grunhiu em resposta. Deve ser o jeito masculino de concordar, ou sei lá. Não falei nada pelo resto da viagem.
                             Quando chegamos, depois do que me pareceu muito tempo, não sabia o que falar. Felizmente, Roland quebrou o silencio que já estava começando a ficar constrangedor.
                             - Everest, gostaria que você não comentasse com ninguém sobre hoje.- Como se ele precisasse pedir isso pra mim. Eu é que não ia contar que quase havia sofrido de abuso sexual na frente da escola, quando eu tinha ralado muito pra criar uma fama de valentona. Não, obrigada.
                            - Tudo bem, não se preocupe. Não sou do tipo que sai falando pra tudo mundo que não fui forte suficiente pra chutar  bunda de um cara que queria abusar de mim.
                            -Então, tchau, boa noite.
                            - Tchau.
                            E ele saiu do carro. Não leve a mal, eu não esperava que ele de repente se declarasse pra mim, dizendo que me amava e me beijasse. Não. Mas eu queria ter uma oportunidade pra conhecê-lo melhor. Naquela noite, eu desenvolvi uma estranha fascinação pelo Menino das Drogas.
                            Sai do carro, entrei em casa e rumei logo para o meu quarto, um cômodo enorme, com todas as paredes brancas, uma cama de dossel com lençol púrpura, um sofá da mesma cor voltado para a parede, onde uma tevê de quarenta polegas estava pendurada, e uma escrivaninha de cerejeira, onde estava repousado um iPad. Além de ter um banheiro com hidromassagem e todas as maquiagens que você possa imaginar. Sim, eu amava o meu quarto. Mas, ao entrar no tão conhecido recinto, reparei em uma coisa que não se encaixava na visão de um quarto comum de uma menina rica. Uma coruja negra como a noite, com uma carta no bico, batia com sua pequena patinha na janela, tentando me chamar a atenção.
                            Abri a janela e soltei delicadamente a carta do bico do animal. O que era isso, afinal, uma carta pra Hogwarts? Quem me dera...
                            Estava escrito, em uma bela letra cursiva assim:
                             Cara Srtª Bloom.
                         Convidamos a senhorita para se apresentar na noite de sexta-feira, ás 21:00, no galpão abandonado Seen Tripet, para uma reunião com os seus semelhantes. Pedimos para não faltar, pois pode ser que muitas coisas que andam acontecendo em sua vida sejam explicadas nesta reunião.
                         Atenciosamente,
                         Conselho Supremo de C.M.
                           O que poderia ser aquilo?